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Tipo de Mídia:
Texto
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Formato:
.pdf
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Tamanho:
3,54
MB
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Título: |
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Território da prostituição e instituição do ser travesti em Ponta Grossa - Paraná |
Autor: |
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Marcio Jose Ornat
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Categoria: |
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Teses e Dissertações |
Idioma: |
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Português |
Instituição:/Parceiro |
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[cp] Programas de Pós-graduação da CAPES
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Instituição:/Programa |
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UEPG/GEOGRAFIA |
Área Conhecimento |
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GEOGRAFIA |
Nível |
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Mestrado
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Ano da Tese |
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2008 |
Acessos: |
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1.858 |
Resumo |
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O objetivo deste trabalho é compreender a co-relação existente entre o território da
prostituição travesti e a instituição do sujeito travesti na cidade de Ponta Grossa; Paraná.
A linearidade entre sexo; gênero; prática sexual e desejo sexual é uma característica
comum da sociedade ocidental contemporânea que procura a todo custo
manter explicações da ordem heterossexual baseadas na natureza dos corpos e
comportamentos. Sob esta perspectiva os sujeitos que não correspondem aos padrões
estabelecidos são considerados desviantes; doentes e outros tantos qualificativos
criados para classificar a sociedade e manter sua pretensa ordem natural. O
grupo focal eleito para esta pesquisa é justamente aquele que desafia as explicações
simplistas e complexifica a ordem estabelecida; as travestis. Utilizamos este
termo para nomear as pessoas que assim se identificavam e que; em sua maioria;
estavam envolvidas com a atividade da prostituição. As espacialidades desenvolvidas
pelas travestis são elementos de fundamental importância na existência do grupo;
mesmo que marginal. O espaço condiciona as posições de sujeitos; compõe relações
de forças; e orienta as escolhas e sua apreensão da realidade. Assim; após a
análise de todas as entrevistas realizadas com o grupo focal das travestis; detectamos
um conjunto de 906 evocações referentes às relações estabelecidas na família;
relações de conjugalidade; e relação entre as travestis e deste grupo com moradores
e policiais. As espacialidades que compõem as memórias travestis simultaneamente
criam os laços de afetividade do grupo de pertença e a diferenciação entre
outros grupos. São constituidoras da experiência travesti e da identidade travesti; relacionadas
a reprodução da heteronormatividade; bem como de sua transgressão.
As principais espacialidades evocadas nas falas das travestis estavam relacionadas
a casa; ao espaço urbano; e ao território. As experiências que são vividas pelas travestis;
relacionadas a casa e ao espaço urbano; são compartilhadas no grupo; promovendo
processos de identificação; processo que conflui para o espaço que se torna
território. É a vivência do território; instituído por normas e comportamentos orientados
aos corpos; que produzem as identidades travestis; conseguindo localizar estas
pessoas perante outros grupos sociais. Porém; as posições de sujeitos são móveis;
em centro e margem; pois o território da prostituição travesti é relacional; envolvendo
configurações de poder entre os sujeitos que configuram as relações. O território
é constituído por múltiplas dimensões; podendo a travesti em cada uma delas
se encontrar em centro e margem de relações de poder. É esta possível plurilocalização
das travestis que pode subverter a ordem de forças entre eu e outro; pois estes
são simultaneamente separados e conectados. O território é um local de obtenção
de ganhos da comercialização das práticas sexuais; mas também um elemento
importante na constituição do ser travesti; como um local de aprendizado do ser travesti.
Território que é constituído e constituínte; assim como corpo; o sexo; o gênero;
o desejo e a vida. |
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