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Tipo de Mídia:
Texto
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Formato:
.pdf
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Tamanho:
435.96
KB
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Título: |
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O escritor e o poeta nas vitrines |
Autor: |
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Micheline Mattedi Tomazi Tardin
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Categoria: |
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Teses e Dissertações |
Idioma: |
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Português |
Instituição:/Parceiro |
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[cp] Programas de Pós-graduação da CAPES
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Instituição:/Programa |
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UFF/LETRAS |
Área Conhecimento |
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LINGÜÍSTICA |
Nível |
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Doutorado
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Ano da Tese |
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2007 |
Acessos: |
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369 |
Resumo |
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Este estudo propõe uma leitura interpretativa do discurso literário presente em Budapeste; romance de Chico Buarque; na tentativa de perscrutar; no jogo enunciativo da narrativa; não um sujeito de enunciação; mas uma constelação polifônica de sujeitos; os quais; em suas relações ficcionais uns com os outros; fazem emergir questões históricas; sociais e ideológicas que os atravessam; assim como a própria literatura. Para refletir sobre a ficção da própria polifonia; logo sobre o próprio romance; partirei da premissa de que a narrativa de Chico Buarque; bem mais que uma metanarrativa; constitui uma encenação ficcional do universo da própria cultura letrada; entendida como uma dentre outras formas de comunicação; principalmente se considerarmos a sociedade contemporânea; marcada pela cultura de massa. Ficcionalizando a cultura letrada; no âmbito da produção; divulgação e circulação dos textos literários; Budapeste; através da figura do duplo; principalmente sob a forma de ghost writer; como duplo do autor público; torna-se uma narrativa apropriada para pensarmos; por exemplo; a relação entre campos discursivos; como duplos uns dos outros; assim como a relação entre o contexto sócio- histórico; das sociedades ditas de mercado; com a linguagem; cujo destino é o da sociedade que a fala; em conformidade com Bakhtin. Através de uma perspectiva transdiciplinar; em que; partindo da análise de discursos; dialogo também com a lingüística; a teoria da literatura; a filosofia; a antropologia; a psicanálise; procuro evidenciar a hipótese de que o singular na literatura e; em especial; em Budapeste; ao ficcionalizar a questão do duplo; reside não propriamente neste último; mas no desafio de superá- lo. Assim; se a sociedade em que vivemos é tecida e entretecida por uma rede sem fim de duplos; ou de dicotomias (realidade versus ficção; autor explícito versus ghost writer; fama versus anonimato; narrativa de ficção versus poesia; masculino versus feminino); a linguagem também traz essas cicatrizes duplicadas; praticamente nos obrigando a nos inscrever; como seres de linguagem; nos extremos desses pólos; instigando-nos a pensar e constituir subjetividades a partir deles; como escritores; poetas; conhecidos; desconhecidos; homens e mulheres. Fazendo uso de conceitos tais como ideologemas; de Bakhtin; trocas impossíveis; de Baudrillard; reificação; de Marx; função autor; de Foucault; territorialização e desterritorialização; de Deleuze e Guattari; dentre outros; procurarei argumentar que; ao ficcionalizar o duplo; Budapeste inscreve e encena a sua fissura; como o lugar da alteridade; ou da linguagem sem reificação. |
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