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Título:  
  A viagem como imigração: relatos do viajante contemporâneo
Autor:  
  Fernanda Müller   Listar as obras deste autor
Categoria:  
  Teses e Dissertações
Idioma:  
  Português
Instituição:/Parceiro  
  [cp] Programas de Pós-graduação da CAPES   Ir para a página desta Instituição
Instituição:/Programa  
  UFSC/LITERATURA
Área Conhecimento  
  LITERATURA BRASILEIRA
Nível  
  Mestrado
Ano da Tese  
  2006
Acessos:  
  399
Resumo  
  Muito embora o viajante esteja no berço da narração; o narrador das páginas benjaminianas não tem mais o mundo girando a seu redor nos relatos de viagem; nem mesmo dispõe da chance de uma sobrevida. Isto porque a experiência do homem que vinha de terras distantes teria se esfacelado com o advento da Modernidade; de modo que o surgimento da notícia e do romance marcaria tanto a morte de um saber ancestral quanto o início de outras formas estéticas. Sentidos de outra maneira; tempo e espaço deixam de ser os únicos eixos de um sistema de representação; que passa a se ater a outras virtualidades com o intuito de evidenciar a nova condição do viajante moderno. Peregrino; viajante; marujo; colonizador; flanêur; refugiado e turista desempenham importantes papéis; mas são as obras marcadas pela imigração; o grande evento histórico-mundial da Modernidade; que têm se destacado como importante filão literário. Versando sobre a inserção do estrangeiro entre nós; a imigração está começando a receber a merecida ênfase em um país que entrou no processo de industrialização escorado na força de trabalho que vinha de fora e que conta; hoje; com um enorme contingente de não-nacionais em sua formação. Aceitando o desafio de tematizar a imigração; trazendo para os textos as marcas de uma identidade no mínimo dupla e certamente entrecortada; analisamos as obras Relato de um certo Oriente; de Milton Hatoum; e Amrik; de Ana Miranda; nas quais; fugindo à preponderância das representações de descendentes europeus; somos conduzidos por construções literárias de/sobre indivíduos árabes; mais precisamente libaneses. Da leitura desses relatos fica uma sensação do estranhamento e do trauma das personagens; fruto da constatação de que a terra deixou de ser reconhecível e familiar. A perda de valores é representada na busca do imigrante por algo remoto; uma demanda que resulta em um luto cultural mal resolvido; em uma sensação de estar condenado a um exílio perpétuo. A frustração diante da dificuldade de comunicação e dos limites de apreensão da experiência faz com que o que se resgate nessa viagem de retorno seja apenas a sensação de desajuste. Aceitando a morte da experiência; os autores tentam extrapolar os limites da representação verbal; apoiados nas artes; fotografia; desenho; dança; culinária; música e mesmo literatura; como tentativa de reaproximar o signo da imagem; estabelecendo novos diálogos e dando o tom à narrativas impedidas de alcançar seu verdadeiro objeto; imersas na experiência da falta.
     
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