|
|
Tipo de Mídia:
Texto
|
|
Formato:
.pdf
|
Tamanho:
8,81
MB
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Título: |
|
A desinstitucionalização e as estratégias de sobrevivência dos profissionais de saúde mental nas instituições: "O dia em que quem pirou foi à rua brincar com quem tá pirando" |
Autor: |
|
Vanessa de Araújo Xisto
|
Categoria: |
|
Teses e Dissertações |
Idioma: |
|
Português |
Instituição:/Parceiro |
|
[cp] Programas de Pós-graduação da CAPES
|
Instituição:/Programa |
|
UERJ/SAÚDE COLETIVA |
Área Conhecimento |
|
SAÚDE COLETIVA |
Nível |
|
Mestrado
|
Ano da Tese |
|
2009 |
Acessos: |
|
325 |
Resumo |
|
O tema da dissertação diz respeito à precarização das relações no trabalho e do regime
de trabalho entre os profissionais de saúde mental; através da análise dos valores; sentidos e
significados atribuídos ao cotidiano das atividades em que estão inseridos e do mal-estar
causado pela contemporaneidade nessas relações. Estas; uma vez permeadas pelos valores
individualistas do capitalismo; acabam por provocar crescente sofrimento psíquico;
fragilização desse profissional e; portanto; a necessidade de instituição de outras normas de
existência diante desses valores.
Esse tema procura entender como os profissionais de saúde mental criam estratégias
contra o sofrimento causado pela organização atual do trabalho. Entende que o adoecimento e
o sofrimento psíquico do profissional de saúde mental é um tema ainda pouco encontrado na
literatura da Reforma Psiquiátrica e no campo da saúde coletiva.
Para tanto foi estudado o Coletivo Carnavalesco Tá pirando; pirado; pirou; grupo
criado em 2005 por profissionais e usuários de instituições e dispositivos da rede de saúde
mental de diversos pontos do Rio de Janeiro. Tem como objeto a análise e interpretação dos
sentidos e significados atribuídos pelos profissionais participantes ao seu engajamento na
organização de um bloco de carnaval.
Possui como objetivo geral entender de que forma os profissionais de saúde mental
transformam a atividade que realizam na instituição em estratégia normativa de preservação
da saúde e ressignificação de seu trabalho; frente à possibilidade de adoecimento e sofrimento
psíquico; e à situação de fragilidade social em que se encontra sua clientela; através da
discussão de questões da contemporaneidade relativas ao trabalho em saúde mental.
Trata-se de um estudo de natureza qualitativa; inserido no campo das Ciências Sociais
em saúde. Inicialmente consistiu em revisão bibliográfica. Em seguida desenvolveu trabalho
etnográfico utilizando a técnica de observação participante; além de registros das atividades
através de diário de campo. Foram realizadas ainda entrevistas semi-estruturadas com cinco
profissionais. Como abordagem teórico-metodológica foi utilizada a análise de práticas
discursivas; embasada no referencial do construcionismo social.
Através dessa pesquisa; constatou-se que os sujeitos entrevistados possuem uma
relação significativa com o carnaval; que é trazida para o ambiente de trabalho através da
criação e da adesão ao Coletivo Carnavalesco. Foi possível perceber que o Coletivo
Carnavalesco Tá pirando; pirado; pirou; entendido como atividade de trabalho; representa aos
profissionais a possibilidade de estabelecer um processo de trabalho onde predomine a
coletividade. Entretanto; apesar de considerar essa coletividade como recurso estratégico; ela
pode gerar diversas dificuldades de relacionamento no trabalho; causando grande
sofrimento.Assim; participar do Tá pirando guarda como significados cuidar da própria
saúde; obter prazer; de realizar uma atividade onde predomine a alegria; mas não estaria
alijada do sofrimento em sua realização assim como qualquer outra atividade de trabalho. A
ressignificação do trabalho ocorre atravé dessas atividades; mas as dificuldades de
relacionamento e o sofrimento ainda assim fariam parte desse processo.
Espera-se contribuir para uma discussão acerca de uma dimensão do cuidado em
saúde que muitas vezes fica em segundo plano: a do cuidado dos próprios profissionais de
saúde mental. E assim; criar condições para que surjam; cada vez mais; estratégias de resistência / sobrevivência que possibilitem a esses profissionais um cuidado ético face a sua
saúde e a da população. |
|
|
|
|
|
|
|
|
|