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Título:  
  Eu canto, bebo e brigo... alegria do meu coração: currículo de masculinidades nos estádios de futebol
Autor:  
  Gustavo Andrada Bandeira   Listar as obras deste autor
Categoria:  
  Teses e Dissertações
Idioma:  
  Português
Instituição:/Parceiro  
  [cp] Programas de Pós-graduação da CAPES   Ir para a página desta Instituição
Instituição:/Programa  
  UFRGS/EDUCAÇÃO
Área Conhecimento  
  EDUCAÇÃO
Nível  
  Mestrado
Ano da Tese  
  2009
Acessos:  
  353
Resumo  
  Esta dissertação trata do modo como as masculinidades são vivenciadas nos estádios de futebol. Tendo como referência os Estudos Culturais e de Gênero Pós-Estruturalistas; realizei uma análise cultural procurando mapear representações de masculinidades nesse contexto cultural específico. Para a construção do material empírico selecionei quatro jornais da cidade de Porto Alegre. Com eles; consegui observar narrativas de diferentes atores envolvidos com o futebol de espetáculo que me permitiram visualizar algumas das características positivadas nesse contexto. Além desse material; realizei observações participantes em oito jogos do Campeonato Gaúcho de 2008; sistematizadas em diários de campo. As observações aconteceram em quatro jogos do Sport Club Internacional e em quatro jogos do Grêmio Foot- Ball Porto-Alegrense; nos estádios Beira-Rio e Olímpico. Procurei evidenciar como as ações dos torcedores; seus cânticos; suas vestimentas e faixas estão envolvidas nas construções das masculinidades desses sujeitos. Nos estádios de futebol; os sujeitos têm a possibilidade de ficarem ‘anônimos’; além de terem suas múltiplas identidades subordinadas à identidade de torcedor de futebol e colocarem-se em ação de forma coletiva. Os estádios exercem uma pedagogia. É necessário aprender quando gritar; quando calar; o que gritar; o que calar; o que e como sentir... O conceito de currículo da ‘ciência’ pedagógica parece-me produtivo para pensar as práticas exercidas nos estádios de futebol. O currículo não é aqui entendido como um caminho de início; meio e fim; onde os sujeitos sairiam de uma condição de não aptos até um lugar onde seriam diplomados e dali em diante poderiam ‘exercer’ a condição de homem ou de torcedor em qualquer contexto cultural. O currículo seria mais bem entendido; aqui; se pensado como uma série de prescrições; algo que os sujeitos são reiteradamente convidados a fazer. Ao longo da dissertação procurei apresentar diferentes narrativas sobre futebol e masculinidades que atravessam a construção do torcedor de futebol; especialmente os que frequentam estádios. A partir da aposta em um currículo de masculinidade do torcedor de futebol; sistematizei os conteúdos deste currículo em torno de quatro eixos: 1) Raça; garra e luta; 2) Violência e socialização; 3) Um amor de macho; 4) Masculinidades subalternas. No primeiro eixo; evidencio a necessidade de jogadores e torcedores demonstrarem algo mais; associando-se as representações dos clubes e do futebol gaúcho. No segundo; mostro como a homofobia e os confrontos físicos podem ser entendidos como forma de sociabilidade. A afetividade ganha destaque no terceiro eixo. Nesse ambiente onde as masculinidades viris são valorizadas positivamente; também aparecem significativas demonstrações de carinhos; declarações de amor e choros nem sempre valorados para uma masculinidade tradicional. No último eixo destaco a construção da masculinidade do adversário com toda a carga negativa possível fazendo uma clara distinção entre a masculinidade inadequada deles que confirma a condição de normalidade da nossa masculinidade.
     
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