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Tipo de Mídia:
Texto
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Formato:
.pdf
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Tamanho:
1,08
MB
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Título: |
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Tráfico de drogas: uma opção entre escolhas escassas |
Autor: |
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Ana Amélia Cypreste Faria
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Categoria: |
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Teses e Dissertações |
Idioma: |
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Português |
Instituição:/Parceiro |
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[cp] Programas de Pós-graduação da CAPES
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Instituição:/Programa |
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UFMG/PSICOLOGIA |
Área Conhecimento |
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PSICOLOGIA |
Nível |
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Mestrado
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Ano da Tese |
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2009 |
Acessos: |
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807 |
Resumo |
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O presente trabalho procurou compreender o contexto histórico, econômico-social do
tráfico de drogas, bem como os aspectos psicossociais que permeiam a adesão a esta
atividade. Através de pesquisa realizada no ambiente carcerário, com recolhimento de história
de vida de pessoas envolvidas com o tráfico, buscou-se entender a relação deste contexto com
a opção individual de adesão a esta atividade ilícita. Entendida como uma prática em grande
ascensão na realidade mundial, o tráfico revela-se um fenômeno de grande aliciamento de
trabalhadores, inclusive crianças, que iniciam sua carreira em níveis hierárquicos mais baixos
com rápida ascensão em função da expansão dos negócios ou morte dos predecessores. É
sabido que, no contexto histórico-econômico atual, há um grande contingente humano
submetido ao desemprego ou às condições de trabalho precarizadas, em função das exigências
impostas pela ordem econômica neoliberal que exclui do mercado de trabalho uma grande
camada da população sem condições de atendê-las e sem perspectivas de mudança. Tem-se,
assim, uma situação de exclusão social com dimensões estruturais, pois não se referem a uma crise pontual e sim a um contexto mundial onde o social é subsumido ao capital. Tal exclusão
social é acompanhada de uma exclusão de cidadania, posto que o Estado, também submetido às regras de mercantilização, pretere seu papel de garantidor do bem-estar social, deixando os excluídos socialmente sem proteção e acesso aos seus direitos de cidadãos. Aliado a isto, tem se a sedução consumista que, independente do poder de aquisição do indivíduo, cria uma
urgência de posse como sinônimo de sucesso, desencadeando uma ilusão de poder e
reconhecimento advindo do que se é capaz de adquirir.
Neste ambiente fértil, o tráfico de drogas, mostrou-se como uma atividade econômica
que se apresenta como uma oportunidade de inclusão na ordem capitalista, de uma maneira
marginal pois que ilícita e moralmente questionada pela sociedade. Seu modo de
funcionamento, dentro da marginalidade, assume características extremamente peculiares,
apesar de seguir algumas premissas da administração, produção e vendas adotadas por
grandes empresas legalmente posicionadas no mundo do trabalho. Assim esta pesquisa
revelou ser o tráfico de drogas uma opção que se apresenta como uma possibilidade de
inclusão mesmo que perversa, porém, uma opção que há de ser feita a despeito de todo o risco que se corre, entre escolhas limitadas pelo contexto social, econômico e político que o
caracteriza. |
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