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Título:  
  Padrões espaciais e temporais do desmatamento na reserva extrativista do Rio Cajari, Amapá, Brasil
Autor:  
  Claudia Funi   Listar as obras deste autor
Categoria:  
  Teses e Dissertações
Idioma:  
  Português
Instituição:/Parceiro  
  [cp] Programas de Pós-graduação da CAPES   Ir para a página desta Instituição
Instituição:/Programa  
  UNIFAP/BIODIVERSIDADE TROPICAL
Área Conhecimento  
  ECOLOGIA
Nível  
  Mestrado
Ano da Tese  
  2009
Acessos:  
  351
Resumo  
  A proposta deste trabalho foi obter informações sobre as causas dos desmatamentos que ocorrem na Reserva Extrativista do Rio Cajari (RERC) e seu entorno. A RERC é a unidade de conservação (UC) com maior índice de alteração da cobertura vegetal no Estado do Amapá. Porém, esta informação é meramente quantitativa e não distingue entre os seus agentes causadores. Com o objetivo de identificar os principais atores, padrões e processos responsáveis pelo desmatamento na UC realizou-se uma avaliação das alterações da paisagem utilizando uma sequência temporal de imagens de satélite TM-Landsat dos anos de 1991, 1998 e 2007/2008. As imagens-fração utilizadas para obtenção das informações sobre vegetação e alteração da cobertura natural do solo foram geradas com aplicação do modelo linear de mistura espectral, seguido de segmentação, classificação e mapeamento para obter diferentes fisionomias vegetais. Na área de estudo estas consistem de florestas de terra firme, campos inundáveis e cerrados. As alterações na paisagem detectadas nas imagens foram validadas com levantamentos de campo para caracterizar os aspectos dos desmatamentos para cada uma das fisionomias. Os desmatamentos foram associados aos prováveis agentes causadores e uma série de variáveis como a área desmatada, a classe de vegetação, distância do vizinho mais próximo, índice de proximidade, altitude média, distâncias aos cursos d’água, rios principais, rodovias, ramais, vias de acesso, sedes municipais e vilas. Ao todo foram identificados 9.537,74 hectares de área desmatada. A Floresta Ombrófila Aberta é a fisionomia mais densamente habitada e alterada, enquanto os desmatamentos em Campo natural e Campo inundável estão condicionados à presença de manchas de floresta. O maior incremento na taxa do desmatamento ao longo dos anos estudados foi observado no entorno da UC seguido por alterações da cobertura natural na parte oeste, causadas por agricultores e pecuaristas não vinculados às atividades extrativistas. Estes ocupantes foram responsáveis pelas maiores taxas de desmatamento, causando um aumento de 210 vezes na área desmatada para o período amostrado. A classe agroextrativista é a mais disseminada e que habita em todas as fisionomias vegetais da área de estudo, sendo responsável por grande parte das alterações registradas. No entanto, apesar de atuar por menos de 20 anos, a classe dos ocupantes já superou o desmatamento acumulado resultante da presença histórica dos agroextrativistas. A RERC e seu entorno apresentam grande diversidade de ambientes e atividades antrópicas, cada qual com suas necessidades peculiares que resultam em padrões de desmatamento distintos. Associar os padrões de desmatamento aos seus agentes causadores permite a correta identificação das alterações detectadas por sensoriamento remoto. Esta capacidade poderá contribuir para melhorar a precisão no monitoramento das alterações da paisagem, auxiliando nas tomadas de decisão do gerenciamento da UC. A utilização de métricas da paisagem e Sistema de Informações Geográficas para caracterizar os desmatamentos na RERC possibilitaram análise qualitativa do padrão do desmatamento na UC. São informações mais ricas que a simples quantificação da área alterada e são mais úteis para tomadas de decisão na área de estudo, pois permitem identificar o comportamento da atividade de desmatamento causada por diferentes atores e em diferentes contextos geográficos.
     
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