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Título:  
  Nem tão prósperos quanto calibanescos: paradigmas de identidade para a América Latina a partir de a tempestade de Shakespeare
Autor:  
  Roger Cristinao Baigorra Machado   Listar as obras deste autor
Categoria:  
  Teses e Dissertações
Idioma:  
  Português
Instituição:/Parceiro  
  [cp] Programas de Pós-graduação da CAPES   Ir para a página desta Instituição
Instituição:/Programa  
  UFSM/INTEGRAÇÃO LATINO - AMERICANA
Área Conhecimento  
  HISTÓRIA
Nível  
  Mestrado
Ano da Tese  
  2009
Acessos:  
  245
Resumo  
  O objetivo deste trabalho é refletir sobre a peça A Tempestade; de Shakespeare analisando sua relação com o conceito de modernidade e seus discursos eurocêntricos; assim como sua relação com os paradigmas de identidade surgidos na América Latina durante a segunda metade do século XIX. A relação metafórica que escolhemos foi à surgida entre Caliban; Próspero e Ariel; e principalmente; as leituras que se fez sobre estas alegorias. Caliban era um híbrido de homem e monstro; o molde disforme que representava a barbárie contida em todo o imaginário europeu medieval. Próspero era o sábio e velho europeu; dotado de capacidades nunca antes imaginadas por Caliban; sua cultura superior lhe delegava naturalmente o controle da ilha. Ariel era; a exemplo de Caliban; escravizado por Próspero; mas gozava de outro tipo de escravidão; sua função era mais intelectual do que a de Caliban; notadamente a mão de obra servil do mago e sua filha. Em função disto; analisamos três dos principais paradigmas de identidade e projetos de modernização latino-americanos que foram de algum modo influenciados pelo texto Shakespeariano. Utilizamos os textos de Domingo Faustino Sarmiento e sua obra Facundo de 1845; José Martí e seu ensaio Nuestra América; de 1891; e José Enrique Rodó com Ariel; de 1900. Em Facundo; Sarmiento apresenta uma análise dos males da Argentina e do poder dos caudilhos; seus vastos campos e sua incipiente população mestiça. Seu projeto de identidade é vinculado neste trabalho na personagem Próspero de A Tempestade e é baseado na migração do excedente populacional europeu; que por mestiçagem proporcionaria o branqueamento da população do pampa argentino. Em Ariel; Rodó propõe uma crítica ao positivismo vigente; ao pensamento identitário de Alberdi e à “nordomania” que se espalha pelo Continente; tendo como paradigma de identidade à educação em favor da evolução do espírito e da latinidade como meio de barrar o utilitarismo estadunidense. Em Nuestra América; Martí faz um alerta em relação ao expansionismo imperialista estadunidense. Contrariando as premissas identitárias da “Generación del 37” – especialmente Sarmiento – propõe como paradigma identitário para o continente através da valorização do autóctone; da cultura e do passado existente nas sociedades mestiças. Neste contexto a América (tanto a latina quanto a anglo-saxônica) surge como o marco fundador da idéia de modernidade e não como artefato de seu desenvolvimento; também como a primeira identidade moderna em relação ao mundo moderno europeu colonial. Nesta relação identitária; os conceitos de civilização/modernização e barbárie/atraso são argumentos fundamentais para os discursos intelectuais que tem nos signos de cor e raça sua principal característica de identidade modernizadora.
     
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