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Título:  
  O riso em tempos de ditadura: os (não) silenciamentos (re)velados pelo Pasquim no período de 1969 a 1971
Autor:  
  Cinara Sabadin Dagneze   Listar as obras deste autor
Categoria:  
  Teses e Dissertações
Idioma:  
  Português
Instituição:/Parceiro  
  [cp] Programas de Pós-graduação da CAPES   Ir para a página desta Instituição
Instituição:/Programa  
  UPF/LETRAS
Área Conhecimento  
  LETRAS
Nível  
  Mestrado
Ano da Tese  
  2010
Acessos:  
  332
Resumo  
  Examina-se, nesta dissertação, O Pasquim, jornal que marcou época e que em plena ditadura foi um instrumento de combate à censura. Nele, a utilização do humor constitui uma forma de resistência contra a interdição feita pelo aparelho estatal e suas forças de controle sobre o cidadão brasileiro. A "viagem" por suas páginas revela-nos o caráter de resistência do discurso pasquiniano, bem como traz à tona uma infinidade de posições-sujeito e de formações discursivas que significavam através do riso na ditadura. O fato de a irreverência crítica superar as questões da censura e a extrema rigidez do controle militar leva-nos à busca da compreensão das razões, ou das formas como os deslocamentos aconteciam e significavam, bem como à busca da compreensão de como os atores pasquinianos conseguiam, por meio do riso, trazer à tona, o tempo todo, o interpretar, o significar e o produzir sentido. Esta investigação teve suas raízes no questionamento sobre como o humor era produzido em tempos de ditadura militar e sobre como o humor aparece, se presentifica na cultura e no lazer da época, dentre outros questionamentos que, ao intrigar-nos, conduziram-nos a tão gratificante estudo pelos caminhos da Análise do Discurso. Criado e comandado, dentre outros, pelo passo-fundense Tarso de Castro, o Pasquim veiculava textos muito diferentes daqueles que circulavam à época, marcada pelos fortes rigores da ditadura. Esses textos, que se destacavam pela irreverência e pela crítica política, faziam ressoar sentidos que eram apagados, silenciados pela ditadura. A análise do corpus, composto por sequências discursivas e por imagens verbais e não verbais veiculadas nas páginas do tabloide, permite que compreendamos que o discurso pasquiniano faz ressoar os sinais de um sentido dominante, o sentido que contempla a ilusão do que é natural, óbvio ou evidente e, por conseguinte, um sentido oprimido, nem sempre silenciado. Esse (não) silenciamento se imprime na manifestação das resistências, e é, portanto, voltando o olhar para essas resistências e para o papel social (de porta-voz da população) que O Pasquim exercia nos tempos de ditadura que esta pesquisa justifica sua importância. As análises, que, por um lado, permitem-nos compreender (ao menos em parte) o que o discurso pasquiniano revelava num tempo em que a censura "ditava" aquilo que (não) podia ser dito, por outro, também nos mostram os reflexos ainda hoje sentidos daquele período, num povo que não tem voz diante de tantas barbáries cometidas na esfera política do país. Esse silenciamento (contemporâneo) é fruto de uma semente plantada nos porões escuros da ditadura e que, dada a "força" de seu plantio, também significa - ainda hoje - muita resistência.
     
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