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Título:  
  Entre o familiar e o estranho: representações sociais de professores sobre o autismo infantil
Autor:  
  Michele Araújo Santos   Listar as obras deste autor
Categoria:  
  Teses e Dissertações
Idioma:  
  Português
Instituição:/Parceiro  
  [cp] Programas de Pós-graduação da CAPES   Ir para a página desta Instituição
Instituição:/Programa  
  UFPE/PSICOLOGIA
Área Conhecimento  
  PSICOLOGIA
Nível  
  Mestrado
Ano da Tese  
  2009
Acessos:  
  2.189
Resumo  
  Este trabalho teve o objetivo de investigar, a partir do referencial da teoria das representações sociais, as idéias de senso comum - que circulam entre professores - a respeito do autismo infantil, mapeando os saberes que as apóiam (ancoragem) e as imagens que as concretizam (objetivação). Indagamos ainda se o conhecimento popular sobre o autismo cumpre sua função de familiarização, uma das premissas básicas da teoria das representações sociais. Contamos com 16 professores participantes, que compuseram dois grupos: nove professoras que possuem experiência na educação de crianças chamadas autistas e sete professores sem experiência de trabalho com essas crianças. Para a coleta de dados, utilizamos os instrumentos do desenho-estória com tema e entrevistas não-estruturadas. Observamos que o conteúdo das representações do autismo / criança autista é bastante fluido e se organiza em torno de antinomias como “interno/externo”, “inato/adquirido”, “humano/animal”, “razão/emoção”. A maioria dos professores expressa desconhecimento e incerteza a respeito da origem do autismo, sendo essa a resposta mais freqüente entre os docentes que não têm experiência no trabalho com crianças chamadas autistas. Nos relatos das professoras que se ocupam da educação de sujeitos ditos autistas encontramos a atribuição de um caráter não intencional aos comportamentos agressivos dos alunos, a previsão de um agravamento dos sintomas autísticos com a idade e de um futuro com poucas possibilidades de inserção social. Professores de ambos os grupos entrevistados compartilham a representação de um ensimesmamento no autismo, que é relativizado pela crença de que essas crianças carregam possibilidades relacionais. A idéia de um autismo rico, traduzido como um encapsulamento num mundo interno imaginativo, apesar de comum aos dois grupos, é mais forte entre os professores não experientes. O autismo pobre, ligado a imagens de um mundo vazio, sem atividade inteligente, ou com uma inteligência “enciclopédica” e pouco funcional, é trazido à tona por professoras experientes. Paradoxalmente, a aproximação com o objeto não parece conduzir a uma maior familiarização. De maneira geral, há incertezas e fluidez em relação a considerar o autismo uma desordem orgânica ou o resultado de complicações relacionais precoces; em pensá-lo como um mergulho num mundo interno rico ou como um vazio interior, em acreditar que essas crianças apresentem uma inteligência acima da média ou uma deficiência intelectual. Os professores constroem assim, autistas e autismos variados, num processo de conhecimento que se ancora em diversos repertórios, da psicanálise, neurociências, da linguagem midiática.
     
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